Expedição pede a proteção do mar do Polo Norte, e tem como símbolo a
‘Bandeira para o futuro’, com assinaturas de 2,7 milhões de pessoas ao
redor do mundo
Grupo de dezesseis ativistas parte da base de Barneo, na
Rússia, para encontro com Conselho do Ártico no Polo Norte (© Christian
Åslund / Greenpeace)
Sob condições adversas de clima e temperatura, ativistas do
Greenpeace iniciaram hoje uma nova missão para proteger o Ártico. Um
grupo de dezesseis pessoas, incluindo quatro jovens embaixadores
internacionais – o ator Ezra Miller, dois representantes indígenas da
região e um jovem da República das Seicheles, uma nação insular
localizada no Oceano Índico –, planeja levar ao Polo Norte 2,7 milhões
de assinaturas de pessoas ao redor do mundo que pedem a proteção de uma
das regiões mais vulneráveis do planeta.
O objetivo da expedição, que teve início a partir da base de Barneo,
na Rússia, é pedir à comunidade internacional uma declaração e
reconhecimento da região do Ártico como um santuário global, que deve
ser preservado. Os ativistas levam consigo uma cápsula projetada
especialmente para inflar uma bandeira no fundo do mar, a 4,3 km de água
gelada sob o Polo Norte.
As dificuldades da viagem serão recompensadas. Além de levar a voz de
milhões de cidadãos mundo afora, o grupo de exploradores ainda será
agraciado com um histórico e inesperado encontro com uma delegação de
poderosos oficiais do Conselho do Ártico. Logo antes de partir, o grupo
soube que o órgão, composto por ministros de Relações Exteriores e altos
funcionários de Estados do Ártico, estará presente no Polo Norte esta
semana.
Uma das expedicionistas, Josefina Skerk, é uma jovem Sami da Suécia.
Os Sami são os únicos povos indígenas do extremo norte da Europa
reconhecidos e protegidos sob as convenções internacionais dos povos
indígenas. Josefina tem 26 anos e é estudante de Direito na Universidade
de Umeå, e membro do Parlamento Sami em seu país.
Quando soube que o Conselho do Árctico terá uma reunião no Polo Norte
esta semana, ela enviou uma carta a Gustaf Lind, presidente sueco dos
Altos Funcionários do Conselho do Ártico, solicitando uma reunião com
seus embaixadores. Sr. Lind aceitou o convite, e os grupos esperam
encontrar-se no Polo Norte no final desta semana.
“Nós estamos realmente animados com o encontro com o Sr. Lind e o
resto do Conselho do Ártico. Estou acompanhada de jovens de várias
partes do mundo e todos têm conexões com o Ártico. É uma grande honra
poder entregar a nossa mensagem para o Conselho no lugar exato que todos
nós desejamos proteger para as gerações futuras. Esta será uma
expedição realmente cansativa e estamos todos um pouco nervosos agora.
Mas esta é nossa grande oportunidade de conversar com as pessoas
responsáveis por proteger o Ártico e sabemos que todos que nos apoiam
gostariam que nós a aproveitássemos”, afirmou Josefina, direto da base
de Barneo.
Em 2007, o explorador russo Artur Chilingarov plantou uma bandeira
russa no fundo do mar do Polo Norte, reivindicando que o Ártico
pertencesse a Moscou. Agora, seis anos depois, jovens exploradores
desafiam essa reivindicação, levando a “Bandeira para o futuro”, que
simboliza a unidade, a esperança e a paz mundial.
O desenho da bandeira foi concebido por Sarah Batrisyia, uma menina
de 13 anos da Malásia, que ganhou a competição internacional,
co-organizada pelo Greenpeace e pela Associação Mundial das Guias e
Escoteiras. A bandeira foi escolhida pelo ícone da moda Vivienne
Westwood.
Os ativistas carregam a mensagem de que nenhuma nação deve possuir o
Ártico ou ter a permissão de explorar o derretimento do gelo, uma crise
criada pela mudança do clima, para buscar mais dos mesmos combustíveis
que causaram o derretimento num primeiro momento. Os manifestantes
planejam agora usar o encontro com o Conselho do Árctico para
desafiá-los e exigir que as áreas desabitadas ao redor do Polo Norte
sejam declaradas um santuário global.
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