Por: Cristiane Mazzetti
Após dias e
horas de espera para o final decisivo da COP 17, a plenária terminou no domingo (10) após o amanhecer. Os resultados foram considerados para alguns um “avanço
político”, já para outros um fracasso.
O Fundo
Verde de Clima foi finalmente definido quanto à estrutura (pendência da COP 16),
no entanto o problema de levantar os recursos ainda continua existindo, apenas
Alemanha e Dinamarca prometeram liberar algum dinheiro.
O protocolo
de Kyoto foi renovado com um texto nada ambicioso quanto à redução da emissão
de gases do efeito estufa. Este nunca teve a participação dos Estados Unidos e
agora os países Canadá, Japão e Rússia também estão fora. Lembrando que o
protocolo também não inclui países em desenvolvimento como China e Índia. O
protocolo de Kyoto será substituído por um novo acordo global legalmente
vinculante que deve estar pronto em 2015 para entrar em vigor em 2020. O futuro
acordo é considerado por muitos um “avanço
político”, já que países-chave que antes estavam de fora (Unidos, China,
Índia e Brasil) aceitaram participar.
Youth for Renewables: os Green Reporters para a COP17 [em destaque Cristiane Mazzetti] |
A missão
desta COP era limitar as emissões de gases do efeito estufa, no entanto o
resultado foi exatamente o contrário e por isso não considero este novo acordo um
avanço, uma vez que foi deixada a lacuna de uma década para combater as
mudanças climáticas. 2020 é muito tarde, os nossos líderes falharam. Dessa
forma ficará difícil manter o aquecimento do planeta em apenas 2 graus, limite
recomendado pelos cientistas para evitar efeitos catastróficos das mudanças
climáticas.
Muitas
pessoas no mundo já sofrem e continuarão a sofrer os impactos das mudanças
climáticas. O trabalho desenvolvido nesta COP deveria ter focado na urgência de
combater as mudanças climáticas, no entanto o evento resumiu-se numa vitória
para os poluidores, que ganharam mais uma década para lucrar livres da
preocupação com o controle das emissões de gases do efeito estufa.
Apesar do
saldo final ser decepcionante, não podemos deixar de lutar, como já dizia
Mandela “Sempre parece impossível até que seja feito”. Assim sendo a sociedade
civil continuará a levar a sua voz para esta e outras ocasiões. Aproveito para
lembrar que no próximo ano teremos a RIO+20 acontecendo bem perto da gente, é
uma ótima oportunidade para nos mobilizarmos e lutar para um futuro melhor!
Fico por
aqui, mas antes gostaria de agradecer ao grupo local de voluntários que postou
meus depoimentos durante esta COP-17. Muito Obrigada e até breve.
Cristiane Mazzetti - Green Reporter
para a COP-17.
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