quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

É a hora de sermos ouvidos!


Por: Cristiane Mazzetti

Na manhã de segunda-feira estávamos em frente ao Protea Hotels protestando novamente “Ouçam as pessoas e não os poluidores”. O local e data eram perfeitos, pois o hotel recebia naquela manhã uma reunião do Conselho Mundial Empresarial para Desenvolvimento Sustentável, evento que contava com a presença de representantes de grandes corporações poluidoras.

A campanha é baseada no novo relatório do Greenpeace “Who is Holding Us Back” (Os Responsáveis Pelo Atraso) que evidencia como alguns dos grandes poluidores tais como: Shell, BASF, ArcelorMittal, Eskom, KOCK, bhpbilliton e Tata, fazem um lobby pesado para travar acordos nacionais e internacionais que tentam mitigar e combater as mudanças climáticas.  

Na sequência, foi lançado o relatório “The Dirty Dozen in Durban” (O Dossiê Sujo de Durban) que trata de 12 corporações e associações que estão ajudando a adiar um novo acordo global para combater as mudanças climáticas aqui em Durban.  Você pode acessar os dois relatórios na integra em: http://www.greenpeace.org/international/en/publications/reports/Whos-holding-us-back/

O protesto em frente ao hotel contava com cerca de 50 pessoas, dentre elas voluntários do Greenpeace e representantes das organizações 350.org, Waste Pickers Alliance, Ground Work, Climate Action Network e South Durban Community Environmental Alliance.

Três fantasias chamaram a atenção, pois representavam alguns líderes mundiais - Harper: primeiro ministro do Canadá; Congresso dos Estados Unidos;  Barroso: presidente da Comissão Européia - que tinham sobre suas costas porcos pretos segurando um cabresto, a cena simbolizava a influência dos grandes poluidores sobre as suas decisões. 

Ao mesmo tempo um grupo de sete escaladores ocuparam pacíficamente o prédio e tentaram colocar um banner no edifício, mas antes mesmo de consegurem mostrar a mensagem (Ouçam as pessoas e não os poluidores) foram levados pela polícia.

Pensando que ativismo não deveria ser crime, foi triste e injusto ver aqueles ativistas serem presos e três deles deportados. Por outro lado a ação apresentou os reflexos desejados. Entregamos o relatório “The Dirty Dozen in Durban” para todos que estavam entrando e saindo do edifício e fizemos muito barulho com gritos de guerra e músicas.

Kumi Naidoo (Diretor Executivo do Greenpeace Internacional) entrou na reunião levando a nossa mensagem. Ao sair deixou claro que o protesto teve efeito dentro da reunião, e disse uma coisa muito interessante: “antigamente era muito difícil conversar com as corporações, mas que hoje em dias eles optam por ter Greenpeace na mesa para que não estejam no cardápio do Greenpeace”. Após terminar sua fala e contente com a ação, Kumi dirigiu-se para a Conferência para mais entrevistas.

No mesmo dia fomos proibidos de distribuir o relatório “The Dirty Dozen in Durban” na conferência, podemos traduzir que algum incômodo foi causado.  


Muito mais está por vir neste último dia de negociações. Acompanhe-nos também em: http://www.facebook.com/YouthForRenewables

Até breve!

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