terça-feira, 22 de novembro de 2011

Orixás pela florestas


Nossos voluntários com Lilian de Oxóssi, no Terreiro
de Mãe Menininha do Gantois.


Diretamente da Bahia de todos os santos, Lilian de Oxossi, filha do terreiro de Mãe Menininha do Gantois, pede à Brasília: Desliga essa motosserra.

A Bahia e todos os seus santos se juntaram para apoiar a campanha do Greenpeace para que a motosserra que corre solta no Congresso Nacional seja desligada. O grupo de voluntários de Salvador visitou o mais famoso terreiro de candomblé do país, e agora tem seu apoio para proteger as florestas das ameaças que a proposta ruralista do novo Código Florestal oferece.

O Terreiro de Mãe Menininha do Gantois defende uma lei ambiental menos permissiva e mais protetora para o meio ambiente, diferente desta que segue para votação no Senado, financiada pela bancada ruralista e seus tratores.

De origem africana, o Candomblé é uma forte presença política, social e cultural na Bahia e também em outras regiões desse Brasil branco, negro, mulato. Por isso, nada melhor do que representar essa causa fundamental para o país, pela cara que o próprio povo tem: a forte influencia da cultura e religião africana. 

O terreiro de Mãe Menininha abriga um jardim com árvores seculares e concentra boas energias. Foi nesse clima que a filha da casa, Lilian de Oxossi, deixou seu recado para Brasília desligar a motosserra.  Dizem que com a força dos orixás ninguém pode. Então, que esse aliado sirva para proteger o que o país tem de mais valioso: suas florestas e o povo que precisa delas para viver.

Se você também é contra o novo Código ruralista, assine a petição em favor das florestas.
Saiba mais sobre o projeto na nossa página especial sobre Código Florestal.



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Porto Sul: Uma grande mentira!


                                                                                        Por: Mateus Tavares
                      Nos dias 28 e 29 de Outubro, o Greenpeace, participou de duas atividades contra a construção do Porto Sul em Ilhéus, Sul da Bahia.  A primeira, uma manifestação em frente à Catedral de São Sebastião e bar Vesúvio, pontos turísticos da cidade. A segunda, uma ação em audiência pública realizada pelo IBAMA para explanar as conseqüências advindas do empreendimento a ser construído.
Ato de repúdio ao Porto Sul

                      A manifestação, promovida por associações de moradores e grupos organizados de cidades que serão atingidas pela construção da Ferrovia Oeste-Leste (FIOL), intermodal junto ao porto, – Caetité, Ilhéus, Vila Juerana (distrito de Ilhéus), entre outras –, teve a intenção de chamar atenção da população. Os presentes gritavam frases como “Porto Sul, Não”, distribuíram uma carta que suplica o abandono do projeto e levaram fotos de pessoas e paisagens, que poderão ser drasticamente “devastadas”. Por fim, todos deitaram ao chão, simbolizando os prejuízos irreversíveis que a cidade terá caso a obra seja levada adiante.  
População deitada em frente à Catedral de São Sebastião
                   A audiência pública contou com dirigentes de alto cargo da Bahia Mineração, BAMIN – a mais interessada na obra para escoar minério de ferro –, promotores do Ministério Público, deputados federais e estaduais, pesquisadores responsáveis pelo Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatórios de Impactos Ambientais (Rima), além de outros interessados e o próprio IBAMA. O que deveria ser um esclarecimento de fatos verídicos, tornou-se uma verdadeira “chuva de informações tendenciosas”, que facilmente enchem os olhos de qualquer leigo. Informações, que chegaram até a suscitar riso coletivo como “a construção do quebra-mar proporcionará o surgimento de novas espécies na região”, pérola dita por um dos responsáveis pelo EIA.  
                 Os representantes do governo, como de praxe, se puseram a favor da construção do porto sem dar mais satisfações, permanecendo somente naquele discurso de que trará desenvolvimento e emprego à região (sabe-se que no pico da obra, não se terá nem 4 mil postos de emprego, e não atingirá 500 postos em sua operação). Tudo o que era dito pelos presentes, mostrava o quanto eles queriam “empurrar” desesperadamente aquela obra.
Segundo o EIA/RIMA a biodiversidade será preservada
com monitoramento

                Felizmente, quando se abriu a possibilidade do público falar, viu-se que grande parte das manifestações posicionavam-se contra o Porto Sul. A obra desmatará uma área de 4,7 mil hectares de floresta Mata Atlântica em estado médio-avançado de conservação; interferirá diretamente na área de reprodução do peixe Mero, que corre perigo de extinção; proporcionará a inserção de novas espécies aquáticas (que não terão predadores naturais), vindas através da água de lastros dos navios que passarão a circular na região, rica em biodiversidade marinha; destruirá lavouras de cacau, importante para a economia local; desapropriará comunidades que vivem na região do Aritaguá, onde será construído o porto; e, principalmente, a contaminará da atmosfera por minério de ferro, que causa problemas respiratórios; entre outros.
                 Durante a audiência, os nossos ativistas e a nossa coordenadora de campanhas, Leandra Gonçalves, perguntaram às pessoas presentes na mesa questões mal esclarecidas e abriram banners com a mensagem “Porto Sul: Uma Grande Mentira”. Mentira esta, que não deve ser aceita pela sociedade, já que ainda sera necessária a construção de uma termelétrica movida a óleo – acarretando mais emissões de CO2.
                Existem outras possibilidades logísticas e baratas, ao Porto Sul, como Aratu e Cotegipe, além de que a região do Sul da Bahia poderia facilmente se desenvolver com pólos de produção na área de informática, cultura e fabricação de produtos cacaueiros, e, principalmente ecoturismo, que integre de fato a população. O que o sul da Bahia precisa é de investimentos em áreas com déficits, e uma revitalização, que favoreça o meio ambiente e a sociedade local, não alguns poucos empresários. Porto Sul, Não! Ou pior, “Porto Sujo”.